O
Conchavo
“O
medo pode ser útil em alguns casos mas a covardia nunca”
Carlos da Terra
Passados os primeiros dias após as eleições e sou obrigado a dizer
que está acontecendo exatamente o que eu previ em minha matéria
anterior, o que não foi muito difícil para quem conhece o caráter
duvidoso dos petistas mais envolvidos.
Não se trata de visão tendenciosa ou partidária, os fatos estão
aí para que veja aquele que quiser ver.
A política da presidente Dilma é muito diferente da política
encetada pelo PT, que jamais apresentou qualquer ideologia em seus
quadros ou manifesta em seus membros; no entanto em Dilma a ideologia
é transparente e clara.
O PT buscou desordenadamente formar uma base popular, à custa de
favores espúrios à classe humilde e miserável do país, com o
intuito exclusivo de permanecer no poder e enriquecer seus líderes
como todo o Brasil já tem conhecimento.
Na divisão do mapa do Brasil, resultante das últimas eleições,
vê-se claramente que o PT ganhou onde Lula fez manobras e que Dilma
manteve as velhas políticas assistenciais. No mais ela, Dilma,
governou o país com justiça, respeitando todos os poderes, criando
muitas escolas importantes, incrementando o “mais médicos”,
moralizando tanto quanto possível o SUS, estabelecendo convênios
internacionais para o aprimoramento dos nossos estudantes, usando
energicamente seu poder para atingir mais famílias no “minha casa,
minha vida” etc. Etc.
O governos de Dilma foi bom, sim, mas ela teve que conviver com as
“maracutaias” do PT e do seu principal líder, que é um
irresponsável que não tem recebido convite de nenhum país para
visitação. Todos já descobriram que ele não tem qualquer pendor
para a justiça social e é um recalcado.
A Dilma não, ela não é assim. Ela é uma mulher de luta que
arriscou a vida por uma utopia que causou a morte de muitas pessoas,
entra elas seus companheiros do MR8 e da Var Palmares. O Lula jamais
esteve ligado a essas entidades ou qualquer outra do gênero. A Dilma
é idealista e honesta e o Brasil deverá ganhar muito com a
separação dela do PT.
O PT vem fazendo força para responsabilizar a Dilma pelo fracasso
nas eleições, e isso com o fim precípuo de fazer com que o Lula
vença as próximas eleições. É o conchavo, a trama em surdina.
Nenhum outro membro do PT, à exceção de Dilma e do Genoíno (e de
alguns que foram delatores ou que pertenciam à chamada “esquerda
festiva”) esteve ligado aos movimentos de libertação e justiça
social dos anos 70.
O Lula, como eu já disse, foi usado para galgar o poder devido à
sua grande influência como líder operário. Líder operário,
diga-se de passagem, não é igual a líder político no seu sentido
mais amplo.
O líder operário busca apenas e tão somente melhorias salariais
para o grupo ao qual pertence. No caso do Lula, ele buscava melhorias
para os metalúrgicos e aqueles que têm boa memória vão se lembrar
que ele considerava “trabalhadores” apenas os operários e mais
especificamente, os metalúrgicos.
A visão dele é limitadíssima. E o auxílio que ele deu,
efetivamente, ao nordeste, não há dúvidas que não atendeu à
nenhum propósito humanitário ou político mas sim, deveu-se à uma
revanche no que ele considera que foi uma injustiça. Trata-se de um
indivíduo preconceituoso e invejoso.
Se o Lula pudesse ser caracterizado com um lado político, certamente
seria com a direita mais ainda, seria com a extrema Direita.
Um episódio real e muito interessante ocorreu nos anos 70
- Um
repórter (se não me engano, da Jovem Pan) fez ao Lula a seguinte
pergunta:
- Lula... você é da esquerda?
O Lula respondeu:
- Eu sou torneiro mecânico.
O repórter, confuso, voltou a
perguntar:
- Mas, Lula, você é da
esquerda?
E o Lula voltou a responder:
-Eu sou torneiro mecânico.
Isso não acontece com a Dilma.
Na verdade sua conduta se parece mais com a de outros partidos do que
com o PT.
O Brasil tem hoje uma presidente idealista com os mais nobres
objetivos para sanar os graves problemas sociais do país.
Já vimos a Dilma sentir medo da enorme responsabilidade, mas jamais
se acovardou e se ela tiver o apoio dos brasileiros honestos e justos
poderá fazer, como já fez, muito mais pelo Brasil
Carlos da Terra